Diagnóstico errado de Sida destruiu 15 anos da vida de um homem
22/03/2018Há 18 anos um homem foi diagnosticado com VIH, hepatite B e hepatite C. Em 2015, rejeitado pela família e impedido de ver a filha, descobriu que não tinha nenhuma das doenças.
Em fevereiro de 2000 um paciente foi diagnosticado com VIH, hepatite C e hepatite B pelo Hospital Povisa, em Vigo, Espanha. Nessa data tinha 32 anos e, perante o diagnóstico, foi rejeitado pela família e impedido de ver a filha que tinha então 10 anos. A família tinha «receio de que a contagiasse», conta o El País.
Com a falta de apoio da família acabou por tornar-se toxicodependente e o caos em que se transformou a sua vida levou-o a parar na prisão. Com uma profunda depressão, chegou até a tentar suicidar-se na cadeia e foi incluído no Protocolo de Suicídio do estabelecimento prisional em diversas ocasiões.
15 anos depois, em 2015, o mesmo homem descobriu que não é portador de nenhuma das três doenças. A descoberta foi feita pelo serviço hospitalar da prisão. As análises do Serviço de Microbiologia de Pontevedra concluíram que o paciente não possuía nenhum dos três vírus.
Devido ao «desmoronamento social» do paciente, ditou um tribunal de Vigo, o paciente vai receber uma indemnização de 60 mil euros. O juiz Luis Ángel Fernández Barrio, responsável pelo caso, defendeu que «se trata de um caso particular de exclusão social, caracterizado por dificuldade na continuidade laboral, ausência ou insuficiência de apoios familiares ou comunitários, marginalização social e, desde logo, falta de sensibilização da população».
Qual a razão para o diagnóstico?
Em 2000, devido a uma ferida profunda na perna depois de uma queda o paciente foi assistido no Hospital Povisa. No relatório do Serviço de Traumatologia e Cirurgia Ortopédica pode ler-se a descrição do golpe e »outros diagnósticos» que incluem então VIH, VHB (hepatite B) e VHC (hepatite C).